segunda-feira, 26 de maio de 2014

Desvio da agulha

DESVIO DA AGULHA
Belém, 2014
Equipe:
Keiko
Thiago
Jardim
NegrãoQueiroz

EXISTEM DOIS TIPOS
DE AGULHAS NÁUTICAS
Agulhas Giroscópicas
Agulhas Magnéticas

Os navios apresentam:
Agulha de governo
Agulha padrão
Uma boa agulha magnética deve ser:
Sensível
Estável

VANTAGENS DAS AGULHAS MAGNÉTICAS
É um equipamento simples e robusto (poucas avarias)
Não precisa de energia elétrica
Requer pouca manutenção
Custo relativamente baixo

LIMITAÇÕES DAS AGULHAS MAGNÉTICAS
Busca o norte magnético e não o verdadeiro
É afetada por materiais magnéticos e equipamentos elétricos
Menos precisa
Mais difícil de usar
Informações são mais difíceis de transmitir para outros sistemas
Mais afetada por altas latitudes

ATERRA
PODE
SER
CONSIDERADA
UM
GRANDE
IMÃ, TENDO DOIS POLOS MAGNÉTICOS DE POLARIDADES OPOSTAS(POLONORTEMAGNÉTICOEPOLOSULMAGNÉTICO).
OSPOLOMAGNÉTICOSNÃOCOINCIDEMCOMOSPOLOSVERDADEIROS,OUGEOGRÁFICO.OPOLONORTEMAGNÉTICOFICALOCALIZADOAPROXIMADAMENTENALAT.82°42’N,LONG.114°24’WEOPOLOSULMAGNÉTICONAANTÁRTICA,NALAT.63°30’S,LONG.138°00’E.
PERTURBAÇÕES DA AGULHA
COMO RESOLVER?
•Os efeitos provocados pelas correntes elétricas dos equipamentos podem ser EVITADOS desde que os equipamentos sejam afastados das agulhas.
•Os efeitos provocados pelos ferros do navio podem serATENUADOSpela operação denominadaCOMPENSAÇÃO DA AGULHA
COMPENSAÇÃO DA AGULHA
A COMPENSAÇÃO CONSISTE NA COLOCAÇÃO DE “IMÃS CORRETORES” QUE CRIAM CAMPOS MAGNÉTICOS IGUAIS E OPOSTOS AOS PROVOCADOS PELOS FERROS DO NAVIO. OS CORRETORES (OU COMPENSADORES) ESTÃO INSTALADOS NA BITÁCULAE SÃO CONSTITUÍDOS POR IMÃS PERMANENTES, BARRAS E ESFERAS DE FERRO DOCE (esferas de BARLOW)
DESVIO DA AGULHA -DAG
APESAR DA COMPENSAÇÃO SER PRÁTICA CORRENTE E OBRIGATÓRIA,NÃO É, NORMALMENTE, POSSÍVEL ANULAR POR COMPLETO O CAMPO MAGNÉTICO DO NAVIO
NESTAS CONDIÇÕES, SURGE ODESVIO DA AGULHA, ISTO É, A AGULHA NÃO SE ORIENTA NA DIREÇÃO DO MERIDIANO MAGNÉTICO, MAS SEGUNDO UMA OUTRA LINHA DENOMINADANORTE DA AGULHA
ODESVIO DA AGULHA É DEFINIDO COMO O ÂNGULO ENTRE O NORTE MAGNÉTICO E O NORTE DA AGULHA
A REFERÊNCIA PARA O DESVIO DA AGULHA É O NORTE MAGNÉTICO.
A REFERÊNCIA PARA A DECLINAÇÃO MAGNÉTICA É O NORTE VERDADEIRO.
Dec mg OESTE
Dec mg OESTE
ATENÇÃO!!
ODESVIO DA AGULHA É VARIÁVEL COM A DIREÇÃO DA PROA (RUMO) DO NAVIO

FATORES QUE PODEM ALTERAR O DAG
Deslocamento ou alteração dos ferros de bordo
Alteração dos imãs compensadores
Ferros deixados acidentalmente próximos à agulha (chaves, canivetes etc.)
Colocação ou supressão de equipamentos elétricos nas proximidades da agulha
Atrito exagerado entre o estilete e o conjunto flutuador-rosa

FATORES QUE PODEM ALTERAR O Dag
•Trovoadas, quedas de faíscas tempestades magnéticas
•Proximidades de Terra cujo solo contenha material magnético
•Proximidade de outros navios
•Aumento da temperatura dos ferros de bordo
•Choques violentos (encalhes, tiros, abalroamentos etc

MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DOS DESVIOS
•COMPARAÇÃO COM A AGULHA GIROSCÓPICA
•ALINHAMENTOS
•MARCAÇÕES DE UM PONTO DISTANTE
•AZIMUTE DE ASTROS
A OPERAÇÃO DE DETERMINAÇÃO DOS DESVIOS É DENOMINADA REGULAMENTO DA AGULHA
QUANDO SE CONHECEM PERFEITAMENTE OS DESVIOS DE UMA AGULHA DIZ-SE QUE ELA ESTÁ REGULADA

MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DOS DESVIOS
AO PROCEDER À DETERMINAÇÃO DOS DESVIOS O NAVIO DEVE ESTAR COMPASSADO (SEM BANDA E SEM TRIM)
AS OBSERVAÇÕES EFETUAM-SE EM PROAS EQUIDISTANTES (15°, 30°, 45°) GERALMENTE NO DECORRER DE UM GIRO COMPLETO DO NAVIO
OS DESVIOS DEVEM SER DETERMINADOS COM PRECISÃO DE 0,5°E REGISTRADOS NAS TABELAS E CURVAS COM A PRECISÃO DE GRAU INTEIRO

MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DOS DESVIOS
Os seguintes cuidados devem ser observados na determinação dos desvios de uma agulha:
Verificar se os ferros de bordo estão em suas posições usuais e se os circuitos elétricos da aparelhagem do passadiço estão em suas condições normais de operação;
Se o navio possuir Degaussingdeverão ser feitas duas curvas: com oDegaussingligado e desligado;
O navio deve permanecer 3 a 4 minutos em cada proa escolhida antes da determinação dos desvios, a fim de que o magnetismo induzido produza seus efeitos; e
As guinadas devem ser feitas com pouco ângulo de leme

Turcos

Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar - CIABA
Curso de Adaptação a Segundo Oficial de Náutica - ASON
Disciplina: PES 71

Professor: Pa
Turcos (Davit)
EQUIPE BRAVO
Iziel
Azevedo
Ramon
Campos
Adalrileno
SOLAS: Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar
CAPÍTULO III
EQUIPAMENTOS SALVA-VIDAS E OUTROS
DISPOSITIVOS
Regra 19
Adestramento e Exercícios de Emergência
4 Adestramento e instruções realizadas a bordo
4.3 O adestramento realizado a bordo, relativo à utilização das balsas salva-vidas lançadas por meio de turcos, deverá ser realizado a intervalos não superiores a 4 meses, em todos os navios dotados desses equipamentos. Sempre que possível, esse adestramento deverá incluir as operações de inflar e arriar uma balsa salva-vidas. Essa balsa salva-vidas deverá ser destinada apenas ao adestramento, não fazendo parte do equipamento salva-vidas do navio; essa balsa salva-vidas especial deverá ser marcada de uma maneira bem visívelSOLAS: Convenção Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar
CAPÍTULO III
EQUIPAMENTOS SALVA-VIDAS E OUTROS
DISPOSITIVOS
Regra 19
Adestramento e Exercícios de Emergência
4 Adestramento e instruções realizadas a bordo
4.3 O adestramento realizado a bordo, relativo à utilização das balsas salva-vidas lançadas por meio de turcos, deverá ser realizado a intervalos não superiores a 4 meses, em todos os navios dotados desses equipamentos. Sempre que possível, esse adestramento deverá incluir as operações de inflar e arriar uma balsa salva-vidas. Essa balsa salva-vidas deverá ser destinada apenas ao adestramento, não fazendo parte do equipamento salva-vidas do navio; essa balsa salva-vidas especial deverá ser marcada de uma maneira bem visível
Regra 24
Estiva das Embarcações de Sobrevivência
Para uma embarcação de sobrevivência lançada por meio de turcos a altura da cabeça dos turcos, com a embarcação de sobrevivência na posição de embarque, deverá, na medida do possível, não ultrapassar 15 m acima da linha de flutuação, quando o navio estiver na sua condição de viagem mais leve.
CÓDIGO INTERNACIONAL DE DISPOSITIVOS SALVA-VIDAS (LSA code)
• O Código Internacional de Dispositivos Salva-vidas (LSA) foi adotado pelo Comitê de Segurança Marítima (MSC) por ocasião de sua 66ª Sessão (junho de 1996), por meio da Resolução MSC.48(66), de modo a prover padrões internacionais para os equipamentos salvavidas requeridos pelo Capítulo III da Convenção SOLAS 1974. O Código foi definido com obrigatório pelo MSC na mesma sessão, por meio da Resolução MSC.47(66), e entrou em vigor em 1º de julho de 1998.
CAPÍTULO IV
EMBARCAÇÕES DE SOBREVIVÊNCIA.
4.1 Prescrições gerais relativas às balsas salva-vidas
4.1.4 Balsas salva-vidas lançadas por meio de turcos
6.1.2.8 A velocidade com que a embarcação de sobrevivência ou a embarcação de salvamento é arriada na água não deverá ser inferior à obtida através da fórmula:
S = 0,4 + 0,02H
onde S é a velocidade de descida em metros por segundo e H a altura em metros, da cabeça do turco à linha de flutuação com o navio na condição de viagem mais leve.
Regra 11 - Disposições a Serem Observadas na Reunião e no Embarque nas Embarcações de Sobrevivência;
•5 - As balsas salva-vidas lançadas por meio de turcos deverão ser estivadas ao alcance dos gatos de içamento;
•Regra 17 – Dispositivos de Embarque, Lançamento e Recolhimento das Embarcações de Salvamento
•5 - Todas as embarcações de salvamento devem ser lançadas, quando necessário, por meio de boças, com o navio com um seguimento de até 5 nós, em mar calmo;
Arranjos de lançamento e recuperação
• Segundo a Regra 10.9 do MODU Code, os arranjos de embarque e lançamento da embarcação de salvamento devem ser tal modo que a embarcação de salvamento possa ser embarcada e lançada no menor tempo possível (coincidente com a Regra III/17 da SOLAS/74);
A SOLAS (Regra III/17.4) estabelece que o tempo de recolhimento da embarcação de salvamento não deverá ser superior a 5 minutos, em condições de mar moderadas, quando carregada com toda a sua lotação de passageiros e toda a sua dotação de equipamentos;
IMPORTÂNCIA DOS TURCOS
Os turcos permitem uma manobra mais rápida de arriar, e por isto são os únicos aparelhos usados para as embarcações dos navios mercantes, nos quais não se faz objeções ao espaço que elas ocupam;
CLASIFICAÇÃO DOS TURCOS
•Turco ordinário; Turco giratório; Turco automático; Turco da escotilha; Turco da popa; Turco de Pivotamento; Turco de sector; Turco de ferro; Turco do lambareiro; Turco fixo; Turco manual; Turco mecânico; Turco radial; Turco do portaló; Turco rolante; Turco telescópico.
•Na gíria naval, os turcos significam os braços


segunda-feira, 19 de maio de 2014

EMBARCAÇÕES DE PLANEIO


EMBARCAÇÕES DE PLANEIO


Equipe oceano:
Bezerra - 04
Pena - 13
Sarto - 14
Nadia - 16
Simão - 20



BELEM
2014




1. Introdução

O meio aquático apresenta uma grande diversidade em função do espaço geográfico, altitude e temperatura macro e microclima. Consequentemente, existem tantas embarcações quantas as variações se apresentam, bem como a finalidade que se deseja.
Desta forma, as embarcações podem ser classificadas quanto a inúmeros critérios, dentre eles está a forma do casco, a qual se apresentará de acordo com a característica almejada para a embarcação em questão. Sendo assim, as embarcações podem ser classificadas quanto ao casco em: de deslocamento, de semi-deslocamento e de planeio. Contudo, este trabalho tem como foco somente as embarcações de planeio.
Embarcações de planeio são aquelas que apresentam o casco leve e com fundo chato ou em V, de forma a maximizar a força de sustentação. Na teoria, um casco entra em planeio ao atingir a velocidade necessária para criar uma força de sustentação capaz de erguê-lo da água. Quando isso acontece, seu calado diminui e, consequentemente, a resistência da água na proa também. O planeio acontece quando um barco se move rápido o suficiente, ficando parcialmente acima da água e deslizando sobre o topo das ondas.
A sustentação hidrodinâmica se origina da interação entre o casco e o escoamento da água. Uma das formas de se obter este tipo de sustentação é através de um casco de planeio, como é o caso de uma lancha. Neste caso, a maior parcela do peso não é mais sustentada pelo empuxo, mas pela sustentação hidrodinâmica. A proporção entre as parcelas dinâmica e estática pode ser visualmente identificada pela diminuição do calado, quando a lancha aumenta a velocidade (ou sentida, quando a lancha "sobe o degrau"). É, justamente o efeito dinâmico que responde por esta "perda" de volume submerso, que se reduz a uma pequena fração daquele da lancha parada. Outro efeito que pode ser observado em embarcações de planeio é que estas conseguem atingir altas velocidade com valores de potência requerida menor que embarcações de semi - deslocamento.


2.  O casco da embarcação

É o corpo do navio sem mastreação, ou aparelhos acessórios, ou qualquer outro arranjo. Normalmente, o casco não possui uma forma geométrica definida, e a principal característica de sua forma é ter um plano de simetria (plano diametral) que se imagina passar pelo eixo da quilha.Da forma adequada do casco dependem as qualidades náuticas de um navio: resistência mínima à propulsão, mobilidade e estabilidade de plataforma (ARTE NAVAL, 2002).

3. Princípios básicos de sustentação de uma embarcação

    A força de sustentação básica que age em embarcações que estão paradas ou a baixas velocidades é o empuxo hidrostático, regido pelo "Princípio de Arquimedes" e a flutuabilidade. Explicitaremos cada um desses tópicos abaixo:

Em cada ponto da superfície imersa de um corpo,há uma pressão que age normalmente à superfície. Esta pressão cresce com a profundidade do ponto abaixo da superfície da água; ela é medida pelo produto h (profundidade) x p (peso), na profundidade h abaixo do nível da água cujo peso específico é p.
Suponhamos, por exemplo, que há um orifício de 0,10 m² em um ponto da carena situado a cinco metros abaixo da superfície do mar; um metro cúbico da água do mar pesa 1.026 quilogramas. A pressão da água neste ponto será igual a 5 x 1.026 quilogramas por metro quadrado, e um tampão para aguentar o veio d'água naquele orifício deve exercer um esforço de:
5 x 1.026 x= 513 quilogramas
No caso de um corpo flutuante como é um navio, estas pressões, sendo normais à superfície imersa, age em muitas direções; entretanto, cada uma pode ser decomposta em três componentes em ângulo reto:
(1) horizontal, na direção longitudinal do navio;
(2) horizontal, na direção transversal do navio;
(3) vertical.
Estando o navio em repouso, as componentes horizontais equilibram-se entre si, pois não há movimento em qualquer direção horizontal. Os pesos parciais que compõem um navio têm uma força resultante simples que se chama o peso do navio; esta força é aplicada no centro de gravidade e agenuma vertical para baixo. É o efeito combinado de todas as componentes verticaisdas pressões que se opõe ao peso do navio.
Chama-se empuxo à força resultante da soma de todas as componentes verticais das pressões exercidas pelo líquido na superfície imersa de um navio.
Portanto, um navio em repouso é submetido à ação de duas forças verticais;o peso do navio, agindo verticalmente para baixo, e o empuxo, agindo verticalmente para cima. Como o navio não tem movimento para cima nem para baixo, conclui-se que o empuxo é igual ao peso do navio. (Fig. 1)

https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSGUDvEuld9tQNx8TRdhEhaA-BMZpsgkPoyV8Ju7hU5XkHGz4ca
Figura 1: desenho esquemático da atuação de forças verticais em um navio.



A flutuabilidade, que é a propriedade de um corpo permanecer na superfície da água, depende da igualdade entre o peso do corpo e o empuxo do líquido. Como, no nosso caso, o líquido é sempre a água, a flutuabilidade numa vertical para baixo. É o efeito combinado de todas as componentes verticais das pressões que se opõe ao peso do navio. (Fig. 2).
As madeiras leves têm um peso específico menor que o da água; um pedaçode madeira leve flutua sempre. O ferro, por exemplo, tem um peso específico maior que o da água e por isto um pedaço de ferro maciço não pode flutuar. É tornando oco um material que se diminui enormemente o seu peso por unidade de volume e, portanto, aumenta-se a flutuabilidade. É possível assim a construção de navios feitos com materiais mais pesados que a água, como o ferro e o aço.

http://ceticismo.net/wp-content/uploads/2013/navio2.jpg
Figura 2: Flutuabilidade de uma embarcação.

Já embarcações com alta velocidade são regidas pelos princípios da sustentação hidrodinâmica que se origina da interação entre o casco e o escoamento da água.
Uma embarcação de alta velocidade se move pela água da mesma forma que um foguete se move pela atmosfera. Mas em vez de usar gás de alta pressão para gerar impulso, ela usa um mecanismo a jato para criar uma poderosa corrente de água. Nesse mecanismo, um impulsor empurra uma grande quantidade de água debaixo da embarcação por meio de um bocal de direção na parte traseira.
A forma do casco deve ser projetada para que a embarcação se desprenda rapidamente da água e passe a planar. Assim, o fundo do casco é desenhado de forma a empurrar a água para baixo: tem forma de V aberto de braços retos ou, algumas vezes, ligeiramente côncavos, para abafar o respingar da água e melhorar a sustentação.

4. Forma da Carena

Como foi citado anteriormente a sustentação depende de dois fatores: a forma do casco e a velocidade. Desta forma temos três configurações possíveis para o casco: deslocamento, semi-deslocamento e planeio.



É aquela cujo peso, em situação estática ou dinâmica, é sempre igual ao empuxo, podendo ser desprezados os efeitos dinâmicos. São típicas embarcações de deslocamento do tipo: navios, traineiras, baleeiras (Fig. 3).
Figura 3: exemplo de uma embarcação de deslocamento: baleeira.


Algumas embarcações operam em condições intermediárias, entre o planei e o deslocamento, e possuem cascos de semi-deslocamento. Estes cascos têm formas também intermediárias, com proas arredondadas e popas mais planas com menos volume. Exemplo: catamarã, veleiros e iates

Diversas maneiras de retirar os cascos da água foram aplicadas. As lanchas, que são chamados “cascos planadores”, utilizam os efeitos de placa plana para criar uma sustentação hidrodinâmica e assim reduzir ao máximo sua superfície molhada e volume submerso (Fig. 4). Quando opera em alta velocidade a maior parcela do peso não é mais sustentada pelo empuxo, mas pela sustentação hidrodinâmica. A proporção entre as parcelas dinâmica e estática pode ser visualmente identificada pela diminuição do calado, quando a embarcação aumenta a velocidade. É justamente o efeito dinâmico que responde por esta "perda" de volume submerso, que se reduz a uma pequena fração daquele da lancha parada.
Figura 4: exemplo de embarcação de planeio: bote de resgate.

Outro efeito que pode ser observado em embarcações de planeio é que estas conseguem atingir altas velocidades com valores de potência requerida menor que embarcação de semi– deslocamento (Fig. 5). As embarcações de planeio oferecem pouca resistência à água por estarem com dois terços de seu casco fora d’água. Se fosse um barco de deslocamento ou semi-deslocamento, que não plaina, seria necessário um aumento de potência muito maior (Fig. 6).
http://www.oceanica.ufrj.br/deno/prod_academic/relatorios/atuais/EduardoM_Andre/relat1/Figuras/Forma2.jpg
Figura 5: Gráfico de potência x velocidade
Figura 6: Referência HP/Ton (Horse Power/tonelada bruta deslocada (peso do barco mais sua carga)).

A forma característica de uma embarcação de planeio é um casco quinado, com deadrise constante ou não, e composto de seções retas.
(Deadrise: o ângulo do fundo do casco em V. Este varia de acordo o tipo de utilização e águas onde a embarcação irá operar.
Em cacos de planeio as linhas são projetadas com fundo plano, para poderem planar com mais facilidade, e a forma em “V” do fundo é definida de acordo com o tipo de água onde a embarcação irá operar. Caso se queira utilizar a embarcação em águas abrigadas, então um casco com fundo plano e pouco “V” será melhor opção em desempenho. Por outro lado, se o objetivo é a utilização em águas agitadas com muita formação de ondas, então, é melhor escolher um casco com um “V” mais pronunciado, para fornecer uma navegação confortável e segura. (Fig. 7).
Este último caso pode ser aplicado à botes de resgate, tendo em vista a necessidade do resgate ser rápido e em águas agitadas, por exemplo, e transportando pessoas que não estejam em um estágio saudável, havendo a necessidade de uma navegação relativamente confortável!
   
Figura 7: (a) lancha em alumínio, possui um “V” menos pronunciado, navega em águas protegidas; (b) lancha em fibra de vidro, possui um”V” mais pronunciado, navega em mar aberto.

Uma característica observada nessas embarcações é a existência de lifting strakes, que são linhas em alto relevo, triangular (forma do corte em seção), que são adicionadas na parte submersa do casco, correndo de popa a proa, paralelas à quilha.A principal função é afastar a água do casco em torno da linha d´água, diminuindo a área do casco em contato com a água, reduzindo o efeito de atrito (fricção) entre o casco e a água. (Fig. 8)

Figura 8: bote de resgate, mostrando a presença de lifting strakes(em verde) em seu casco.


5.  Conclusão

As embarcações de planeio apresentam características quanto ao seu casco que possibilita uma rápida locomoção, sendo resultante de forças verticais que aturam nas mesmas. Em tese, um casco entra em planeio ao atingir a velocidade necessária para criar uma força de sustentação capaz de erguê-lo da água. Quando isso acontece, seu calado diminui e, consequentemente, a resistência da água na proa também. Certos cascos, porém, são incapazes de chegar a essa condição por terem formato inadequado ou serem pesados demais, por exemplo.
Com este trabalho pode-se entender que os botes de resgate, de uma forma geral, apresentam-se inseridos na classificação de embarcações de plan