segunda-feira, 19 de maio de 2014

EMBARCAÇÕES DE PLANEIO


EMBARCAÇÕES DE PLANEIO


Equipe oceano:
Bezerra - 04
Pena - 13
Sarto - 14
Nadia - 16
Simão - 20



BELEM
2014




1. Introdução

O meio aquático apresenta uma grande diversidade em função do espaço geográfico, altitude e temperatura macro e microclima. Consequentemente, existem tantas embarcações quantas as variações se apresentam, bem como a finalidade que se deseja.
Desta forma, as embarcações podem ser classificadas quanto a inúmeros critérios, dentre eles está a forma do casco, a qual se apresentará de acordo com a característica almejada para a embarcação em questão. Sendo assim, as embarcações podem ser classificadas quanto ao casco em: de deslocamento, de semi-deslocamento e de planeio. Contudo, este trabalho tem como foco somente as embarcações de planeio.
Embarcações de planeio são aquelas que apresentam o casco leve e com fundo chato ou em V, de forma a maximizar a força de sustentação. Na teoria, um casco entra em planeio ao atingir a velocidade necessária para criar uma força de sustentação capaz de erguê-lo da água. Quando isso acontece, seu calado diminui e, consequentemente, a resistência da água na proa também. O planeio acontece quando um barco se move rápido o suficiente, ficando parcialmente acima da água e deslizando sobre o topo das ondas.
A sustentação hidrodinâmica se origina da interação entre o casco e o escoamento da água. Uma das formas de se obter este tipo de sustentação é através de um casco de planeio, como é o caso de uma lancha. Neste caso, a maior parcela do peso não é mais sustentada pelo empuxo, mas pela sustentação hidrodinâmica. A proporção entre as parcelas dinâmica e estática pode ser visualmente identificada pela diminuição do calado, quando a lancha aumenta a velocidade (ou sentida, quando a lancha "sobe o degrau"). É, justamente o efeito dinâmico que responde por esta "perda" de volume submerso, que se reduz a uma pequena fração daquele da lancha parada. Outro efeito que pode ser observado em embarcações de planeio é que estas conseguem atingir altas velocidade com valores de potência requerida menor que embarcações de semi - deslocamento.


2.  O casco da embarcação

É o corpo do navio sem mastreação, ou aparelhos acessórios, ou qualquer outro arranjo. Normalmente, o casco não possui uma forma geométrica definida, e a principal característica de sua forma é ter um plano de simetria (plano diametral) que se imagina passar pelo eixo da quilha.Da forma adequada do casco dependem as qualidades náuticas de um navio: resistência mínima à propulsão, mobilidade e estabilidade de plataforma (ARTE NAVAL, 2002).

3. Princípios básicos de sustentação de uma embarcação

    A força de sustentação básica que age em embarcações que estão paradas ou a baixas velocidades é o empuxo hidrostático, regido pelo "Princípio de Arquimedes" e a flutuabilidade. Explicitaremos cada um desses tópicos abaixo:

Em cada ponto da superfície imersa de um corpo,há uma pressão que age normalmente à superfície. Esta pressão cresce com a profundidade do ponto abaixo da superfície da água; ela é medida pelo produto h (profundidade) x p (peso), na profundidade h abaixo do nível da água cujo peso específico é p.
Suponhamos, por exemplo, que há um orifício de 0,10 m² em um ponto da carena situado a cinco metros abaixo da superfície do mar; um metro cúbico da água do mar pesa 1.026 quilogramas. A pressão da água neste ponto será igual a 5 x 1.026 quilogramas por metro quadrado, e um tampão para aguentar o veio d'água naquele orifício deve exercer um esforço de:
5 x 1.026 x= 513 quilogramas
No caso de um corpo flutuante como é um navio, estas pressões, sendo normais à superfície imersa, age em muitas direções; entretanto, cada uma pode ser decomposta em três componentes em ângulo reto:
(1) horizontal, na direção longitudinal do navio;
(2) horizontal, na direção transversal do navio;
(3) vertical.
Estando o navio em repouso, as componentes horizontais equilibram-se entre si, pois não há movimento em qualquer direção horizontal. Os pesos parciais que compõem um navio têm uma força resultante simples que se chama o peso do navio; esta força é aplicada no centro de gravidade e agenuma vertical para baixo. É o efeito combinado de todas as componentes verticaisdas pressões que se opõe ao peso do navio.
Chama-se empuxo à força resultante da soma de todas as componentes verticais das pressões exercidas pelo líquido na superfície imersa de um navio.
Portanto, um navio em repouso é submetido à ação de duas forças verticais;o peso do navio, agindo verticalmente para baixo, e o empuxo, agindo verticalmente para cima. Como o navio não tem movimento para cima nem para baixo, conclui-se que o empuxo é igual ao peso do navio. (Fig. 1)

https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSGUDvEuld9tQNx8TRdhEhaA-BMZpsgkPoyV8Ju7hU5XkHGz4ca
Figura 1: desenho esquemático da atuação de forças verticais em um navio.



A flutuabilidade, que é a propriedade de um corpo permanecer na superfície da água, depende da igualdade entre o peso do corpo e o empuxo do líquido. Como, no nosso caso, o líquido é sempre a água, a flutuabilidade numa vertical para baixo. É o efeito combinado de todas as componentes verticais das pressões que se opõe ao peso do navio. (Fig. 2).
As madeiras leves têm um peso específico menor que o da água; um pedaçode madeira leve flutua sempre. O ferro, por exemplo, tem um peso específico maior que o da água e por isto um pedaço de ferro maciço não pode flutuar. É tornando oco um material que se diminui enormemente o seu peso por unidade de volume e, portanto, aumenta-se a flutuabilidade. É possível assim a construção de navios feitos com materiais mais pesados que a água, como o ferro e o aço.

http://ceticismo.net/wp-content/uploads/2013/navio2.jpg
Figura 2: Flutuabilidade de uma embarcação.

Já embarcações com alta velocidade são regidas pelos princípios da sustentação hidrodinâmica que se origina da interação entre o casco e o escoamento da água.
Uma embarcação de alta velocidade se move pela água da mesma forma que um foguete se move pela atmosfera. Mas em vez de usar gás de alta pressão para gerar impulso, ela usa um mecanismo a jato para criar uma poderosa corrente de água. Nesse mecanismo, um impulsor empurra uma grande quantidade de água debaixo da embarcação por meio de um bocal de direção na parte traseira.
A forma do casco deve ser projetada para que a embarcação se desprenda rapidamente da água e passe a planar. Assim, o fundo do casco é desenhado de forma a empurrar a água para baixo: tem forma de V aberto de braços retos ou, algumas vezes, ligeiramente côncavos, para abafar o respingar da água e melhorar a sustentação.

4. Forma da Carena

Como foi citado anteriormente a sustentação depende de dois fatores: a forma do casco e a velocidade. Desta forma temos três configurações possíveis para o casco: deslocamento, semi-deslocamento e planeio.



É aquela cujo peso, em situação estática ou dinâmica, é sempre igual ao empuxo, podendo ser desprezados os efeitos dinâmicos. São típicas embarcações de deslocamento do tipo: navios, traineiras, baleeiras (Fig. 3).
Figura 3: exemplo de uma embarcação de deslocamento: baleeira.


Algumas embarcações operam em condições intermediárias, entre o planei e o deslocamento, e possuem cascos de semi-deslocamento. Estes cascos têm formas também intermediárias, com proas arredondadas e popas mais planas com menos volume. Exemplo: catamarã, veleiros e iates

Diversas maneiras de retirar os cascos da água foram aplicadas. As lanchas, que são chamados “cascos planadores”, utilizam os efeitos de placa plana para criar uma sustentação hidrodinâmica e assim reduzir ao máximo sua superfície molhada e volume submerso (Fig. 4). Quando opera em alta velocidade a maior parcela do peso não é mais sustentada pelo empuxo, mas pela sustentação hidrodinâmica. A proporção entre as parcelas dinâmica e estática pode ser visualmente identificada pela diminuição do calado, quando a embarcação aumenta a velocidade. É justamente o efeito dinâmico que responde por esta "perda" de volume submerso, que se reduz a uma pequena fração daquele da lancha parada.
Figura 4: exemplo de embarcação de planeio: bote de resgate.

Outro efeito que pode ser observado em embarcações de planeio é que estas conseguem atingir altas velocidades com valores de potência requerida menor que embarcação de semi– deslocamento (Fig. 5). As embarcações de planeio oferecem pouca resistência à água por estarem com dois terços de seu casco fora d’água. Se fosse um barco de deslocamento ou semi-deslocamento, que não plaina, seria necessário um aumento de potência muito maior (Fig. 6).
http://www.oceanica.ufrj.br/deno/prod_academic/relatorios/atuais/EduardoM_Andre/relat1/Figuras/Forma2.jpg
Figura 5: Gráfico de potência x velocidade
Figura 6: Referência HP/Ton (Horse Power/tonelada bruta deslocada (peso do barco mais sua carga)).

A forma característica de uma embarcação de planeio é um casco quinado, com deadrise constante ou não, e composto de seções retas.
(Deadrise: o ângulo do fundo do casco em V. Este varia de acordo o tipo de utilização e águas onde a embarcação irá operar.
Em cacos de planeio as linhas são projetadas com fundo plano, para poderem planar com mais facilidade, e a forma em “V” do fundo é definida de acordo com o tipo de água onde a embarcação irá operar. Caso se queira utilizar a embarcação em águas abrigadas, então um casco com fundo plano e pouco “V” será melhor opção em desempenho. Por outro lado, se o objetivo é a utilização em águas agitadas com muita formação de ondas, então, é melhor escolher um casco com um “V” mais pronunciado, para fornecer uma navegação confortável e segura. (Fig. 7).
Este último caso pode ser aplicado à botes de resgate, tendo em vista a necessidade do resgate ser rápido e em águas agitadas, por exemplo, e transportando pessoas que não estejam em um estágio saudável, havendo a necessidade de uma navegação relativamente confortável!
   
Figura 7: (a) lancha em alumínio, possui um “V” menos pronunciado, navega em águas protegidas; (b) lancha em fibra de vidro, possui um”V” mais pronunciado, navega em mar aberto.

Uma característica observada nessas embarcações é a existência de lifting strakes, que são linhas em alto relevo, triangular (forma do corte em seção), que são adicionadas na parte submersa do casco, correndo de popa a proa, paralelas à quilha.A principal função é afastar a água do casco em torno da linha d´água, diminuindo a área do casco em contato com a água, reduzindo o efeito de atrito (fricção) entre o casco e a água. (Fig. 8)

Figura 8: bote de resgate, mostrando a presença de lifting strakes(em verde) em seu casco.


5.  Conclusão

As embarcações de planeio apresentam características quanto ao seu casco que possibilita uma rápida locomoção, sendo resultante de forças verticais que aturam nas mesmas. Em tese, um casco entra em planeio ao atingir a velocidade necessária para criar uma força de sustentação capaz de erguê-lo da água. Quando isso acontece, seu calado diminui e, consequentemente, a resistência da água na proa também. Certos cascos, porém, são incapazes de chegar a essa condição por terem formato inadequado ou serem pesados demais, por exemplo.
Com este trabalho pode-se entender que os botes de resgate, de uma forma geral, apresentam-se inseridos na classificação de embarcações de plan

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